132 - Tempestade

Sentei no meio do pátio, protegida pelo gazebo transparente.

O vento não querendo-me ausente, veio forte e derrubou os latões de lixo atrás das mesinhas de ferro.

A chuva não veio aos poucos...caiu de uma vez, acompanhada por uma sucessão de raios, anjos, trovões e outros demônios.

Uma tempestade completa.

Em um primeiro instante, temerosa, pensei em sair daquele "destemporal". Então lembrei da menina que ficava sentada na laje mais alta de casa e fascinada observava os desenhos que os raios faziam em céu cinza-mesclado.

Permaneci sentada.
Calmamente, observei a água, a luz, o vento, o som, dobrarem as plantas do jardim, lavarem todo o pátio, molhar parte de mim, iluminar ainda mais meus olhos e o mundo ao meu redor.
Os trovões encheram meus ouvidos, com ares de risos hora macabros, hora divertidos.

Acompanhei fascinada, uma sinfonia que não ouvia desde a infância.
Tão súbito como começou o musical parou.

Restou a água em poças, a luz suave, a brisa amena e os sons leves de uma cidade que vai se esticando aos poucos, depois de recolher-se bruscamente ante a força de uma tempestade.

Refleti enquanto observava de "camarote" o aguaceiro, sobre minha Vida e os últimos acontecimentos.
Decidi agir como aquela criança de décadas atrás.
Sentar na laje alta e ver os desenhos formados pelos raios, gritar com os trovões, dançar com o vento e brincar com as poças d'água.

O Ano Novo começou há treze dias.
Bem-vindos a Vida e seus temporais e mais ainda, a suas Bonanças.
O Alfarrábio, começa novamente a ser grafado.

E com eles novas mensagens, novas imagens, sempre em Boa Companhia.

FELIZ ANO NOVO, SERES DE BELAS IMAGENS, INSPIRADOS VERSOS E BOAS PALAVRAS.

Acima de tudo Seres Amigos aí do outro lado do teclado.

Amo Vocês.

Coldplay - Clocks